terça-feira, 5 de maio de 2009

Um ontem de liberdade...


Meu silêncio conforma a culpa
A vontade do deleite por teus olhos
A sensação de passos perdidos (passos achados)
O frescor da neblina embebendo a face
Sentindo a imensidão deste eu a tanto buscado, querido, sonhado
Este eu por todo sempre abandonado...



Não tinha lua, nem estrelas por testemunha
Só o vinho, o gozo, o deleite
Teu cálice, teu rubro, teu néctar em mim a impregnar...


Bebi do teu mundo
Bebi do teu sumo
Bebi do teu corpo
Bebi de tudo que mais te angustia
Sim, bebi...



Beijei tuas palmas sonhando beijar teus olhos
Não foi paixão, nem um descabido amor
Foi entrega, doação, sensação de bem estar
Foi um não limitar o que limitado foi por quem não vive além de suas limitantes limitações...



Sim, compartilhei de tuas angustias (quiçá talvez essas sejam também as minhas)
E pude provar teu gozo pleno de liberdade
Sim, o alívio que só quem se liberta pode experimentar...

Não tema meus olhos, eles estão vendados
Não tema que tuas angústias me amedrontem
(também as tenho, também preciso de ajuda, sofremos do mesmo "mal")
Usemos o "mal" a nosso favor
Deixemos pois o gozo fluir por nosso corpo, esvair por nossos poros...

Vamos degustar os nossos males
Mastigar toda censura
Cuspir todos os desejos...
(Sim, o que nos sufoca é também o que nos faz falta...)

Vivamos pois o que quisermos viver
Sexo, poesia, pôr-do-sol, tempestade, tintos, encorpados, extrema dura ou o que mais nos apetecer...
Sem apego, sem hora marcada, sem compromissos ou explicações
Vamos fazer dos momentos por nós vividos, rituais de libertação
Rituais de cura de nossas "benevolências"...

Sejamos egoístas no que tange nossos anseios secretos...

Quem viver, verá!

Vivamos pois a liberdade na sua extrema plenitude...

Amémmmmmm????????


(Não, não quero saber quem tú és, minha busca é por quem sou... Fiques se quiseres me auxiliar na busca... O pagamento? Meu silêncio...)

Nenhum comentário: